28 de Junho: Dia do Orgulho LGBTQIA+ e a luta por direitos em Araras
Desde os anos 90, teve origem a luta por direitos e contra toda forma de preconceito contra a população LGBTQIA+ em Araras. Luta que se soma a pauta mundial em busca de visibilidade à uma parcela da população historicamente marginalizada.
Por Duda Negretto. Cabelereira transexual e militante do PT Araras.
O Brasil ainda está entre os países mais homofóbicos do mundo, no qual o maior para raios das formas mais agressivas e violentas de expressão do machismo e da homofobia, somos nós mulheres transexuais e travestis que, somente em 2020, somamos 161 mortes transfóbicas dentre os 237 LGBTQIA+ assassinados.
Em Araras, uma das cidades mais conservadoras do interior do estado de São Paulo, tivemos por vezes, a tentativa de higienizar os LGBTQIA+, bem como os jovens negros e periféricos dos pontos de encontro, por abordagens abusivas feitas pela Guarda Municipal. Nos anos 2000, eu mesma e muitas amigas, passamos pelo constrangimento de sermos presas, processadas e condenadas a pagarmos cestas básicas, apenas pelo fato de sairmos às ruas vestidas com roupas femininas.
Apenas durante o governo PT em Araras (2009 - 2016), é que conseguimos pautar as condições da nossa população no debate sobre o enfrentamento das discriminações e preconceitos na cidade.
Foi neste período que conseguimos propor e conquistar políticas públicas inclusivas para a população LGBTQIA+, sendo que a mais importante, foi em 2011, o Decreto Municipal n° 5.832/2011, que garante o direito ao uso do nome social, principalmente nas escolas e em toda rede de saúde municipal. Conquista do PT.
Hoje, com governo municipal nas mãos do PSDB, não existem mais projetos de inclusão e não temos mais o acompanhamento do Ambulatório de DST AIDS que fazia um ótimo trabalho de prevenção junto as garotas que se prostituem, a exemplo do projeto “Dama da noite”, que distribuía preservativos e gel lubrificante nos pontos de prostituição, palestras, cursos e oficinas de arte.
Também foi neste período que a cidade de Araras entrou no circuito das Paradas do orgulho LGBTQIA+ com grande visibilidade, o que contribuiu para que saíssemos do anonimato.
Hoje estamos no abandono e pouco se conseguiu avançar. Precisamos, urgentemente investir na nossa organização e fortalecer nossa militância, condição para nos unirmos, cada dia mais, visando conquistar nossa representatividade política na Câmara Municipal e na Prefeitura de Araras, com vistas à retomada de nossa agenda e novas conquistas.
O atual momento que nosso país passa, diante deste governo federal fascista, homofóbico e genocida, nos pede para termos posicionamentos claros e de enfrentamento à todas as formas de preconceito e violência.
Temos que gritar em alto e bom som:
Parem de nos matar!